sábado, 6 de outubro de 2018

O que tenho visto


Meu louvor é silencioso, quase um sussurro escondido na solidão de minha alma, onde ninguém pode ler sequer uma lágrima ou um sorriso. Nesse profundo particular, habitam a ciência e a gratidão de conhecer Aquele que, antes da eternidade, esculpiu cada pedra, riscou cada fenda na terra, por onde a água pudesse escorrer, delineando o espaço onde, bilhões de anos depois, haveria a gênesis da matéria animal, acendeu a estrela mais próxima a distância perfeita e fez-nos girar acelerados sob mais excelente elipse, de modo que todas as partículas do campo gravitacional estivessem igualmente banhadas pela mesma luz.
Ah Criador, quem sou eu para explicá-Lo ou não sabê-Lo? Que tenho eu diante do Tudo para Te oferecer de volta como oferenda senão a certeza de que o acaso é no mínimo impotente demais para desenvolver, de forma tão harmônica, aquilo que vibra de forma tão caótica? Até mesmo o fato da minha tentativa de relativizar esta dádiva, no afã de estabelecer uma insignificante relação de causa e efeito, já me expõe infante e incapaz de simplesmente aceitar a mercê.
Questões que não concedem respostas, posto que o tempo, dual do espaço, ainda não permitiu ao lógico nem ao menos um infinitésimo de chance de vislumbrar o que é de verdade. De certa forma, porém, a conveniente duração relativa das coisas nos ensina que é antivital tentar manter-se, enquanto matéria, dissociado do outro, seja lá o que for debaixo do sol, uma vez que sem esse, partícula igual, e sem o amontoado de comunicações que todos coletam e transmitem, jamais seria possível romper a barreira da visão limitada, contrariando assim o senso comum.
Fortunados, por fim, os que se possibilitam estaticamente, ainda que no campo virtual, parar para observar a dinâmica do cosmos e aprender que mesmo com a insistente, entrópica e inexorável destinação das coisas, nos foram admitidos o prazer e a paz de alienadamente distrair a aparente certeza que temos através da visão do vivo ao redor.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

A importância do CR



O coeficiente de rendimento - CR - expressa o aproveitamento do aluno durante todo o curso e é registrado no histórico escolar, sendo recalculado, com base nas avaliações, a cada fim de período. É relacionado diretamente à média das notas (das aprovações e reprovações) e, em alguns casos, também leva em consideração o número de créditos (ou o peso) das disciplinas. Muitos alunos ignoram completamente a existência e também a importância desse índice, mas eu tentarei trazer aqui uma breve explanação da importância de se manter focado na média acadêmica, não somente pelo fato dela fazer parte do currículo do aluno, mas também, principalmente, pelo caráter intrínseco que este índice carrega.
Em muitas universidades, o CR é calculado da seguinte forma:

Essa nota final, repito, independe se o aluno foi aprovado ou não, de forma que é sempre importante apelar para o trancamento da matéria, caso o aluno perceba que não irá acompanhar o ritmo das aulas e poderá até mesmo levar chumbo, o que só contribui para o decréscimo de seu CR.
Muitas empresas, quando estão contratando, solicitam o diploma acompanhado do histórico. Desta forma, os recrutadores podem avaliar se o aluno levou a sério o curso, se concluiu no prazo e também se ele manteve seu CR acima da média. Na hora de decidir entre dois candidatos empatados em pré-requisitos acadêmicos, certamente que esses dados pesarão na escolha.
Mas por trás dessa análise técnica há um fator muito mais importante que está, como disse anteriormente, intrínseco, ou seja, escondido dentro dessa conta fria que uma planilha eletrônica pode fazer instantaneamente. E quero que você acompanhe minha linha de raciocínio.
Normalmente as universidades adotam o sistema de avaliações presenciais, sem consulta para apurar o rendimento do aluno. Uma AV1 com a parte inicial da matéria e uma AV2 com o conteúdo completo. Não raro, existem também trabalhos (individuais ou em grupo) com pesos menores que as provas (numa proporção média de 2/8). Essas provas têm, em geral, 5 questões com níveis graduais de dificuldade.
As três primeiras questões são as mais fáceis e as duas últimas as mais difíceis, inexoravelmente. O aluno que está acompanhando a matéria e estudando pelo material indicado, fará com extrema facilidade as duas primeiras. Em geral, a terceira questão não é muito difícil, mas apresenta um grau de dificuldade relacionado ao trabalho que vai ser empregado para respondê-la, ou seja, ela cansa mais o emocional do que exige do cognitivo. Já as duas últimas, são um apanhado de toda a matéria. Especificamente, a última sempre carrega uma exigência lógica que não foi avaliada em sala, mas que é uma prova de que o aluno se empenhou não só em aprender, mas em apreender a essência do que lhe foi apresentado.
O que acontece é que o aluno sempre acaba errando as duas últimas ou acertando parcialmente e com isso ele vai vivendo seu período acadêmico sempre circundando a média de aprovação (6 ou 7). É lícito? É. Aprova? Sim. Ele aprende o que é mais importante? Não. Uma vez que o conteúdo das matérias está sendo avaliado de forma mais completa pelas duas últimas questões, e justamente nessas é que o aluno dá seus chutes e elabora seu rol de embromações, no afã de conquistar meio pontinho aqui, meio pontinho ali e bater a média, é óbvio que a avaliação final do rendimento acadêmico se dá de forma equivocada e, infelizmente, criou-se a cultura do medíocre.
Um CR entre 5 e 6 é justamente aquele em que o aluno não acerta as duas questões finais, o que faz com que as universidades despejem no mercado de trabalho profissionais que não sabem fazer as duas últimas questões, ou, traduzindo em miúdos, não conhecem o conteúdo programático mais a fundo.
Ora, o mercado de trabalho quer aqueles que batam as duas últimas, pois as três primeiras questões podem ser resolvidas por qualquer usuário Google com um mínimo de habilidade. Pense bem... Você é um recrutador experiente e sabe como é o processo de avaliação acadêmica nas universidades. Sabe bem que uma prova de, por exemplo, "Fundamentos de Qualquer Coisa", terá questões elementares e duas questões que cobrem todo o conteúdo programático. Logo, não é razoável pensar que você irá medir a proficiência do candidato pelo único fator que você tem a sua disposição?
Imagine-se tendo que decidir entre dois candidatos empatados em tudo, exceto pelo coeficiente de rendimento acadêmico. O candidato 1 concluiu seu curso com CR=6 e o candidato 2, com CR=8,5. Você sabe que ambos fizeram a prova fictícia abaixo e tem que escolher um deles para o cargo de Supervisor de Processos, o que significa que o futuro empregado da empresa irá lidar com a equipe técnica, compra de materiais e terá que dar prazos de entrega dos produtos. Quem você contrataria?
Q1) Desenhe um quadrado
Q2) Calcule a área do quadrado acima, considerando L = 2 cm.
Q3) Calcule o volume de um quadrado qualquer, considerando L = l.
Q4) Dada a circunferência abaixo, encontre o seu centro. Justifique sua resposta.
Q5) Encontre as dimensões de um cilindro circular reto, de área total a 50 cm2, de modo que o volume seja máximo.

terça-feira, 5 de abril de 2016

A reforma da alma

Bom dia

A reforma (seja ela qual for) tem que vir de dentro. Não espere reformas políticas para começar. Pq o sábio não pode ser vencido por nenhuma circunstância, entende? Se você ama, cuida e trabalha, não há força exterior que possa te deter. Talvez um revés aqui, outro ali, mas a sua caminhada é sempre para o seu destino.

Quem não trabalha é pq não planta e quem não planta não pode esperar colheita. É simples assim desde sempre.

"vem vamos embora que esperar não é saber
quem sabe faz a hora não espera acontecer"
(Geraldo Vandré, 1968)

Eu sou a favor das manifestações nas ruas, até pq, participei de mtas delas. Desde 1988 eu estive nas ruas. Sim, estudante da rede pública, uniformizado, cheio de esperança no coração, um adolescente que sonhava com super herois. Mas as coisas nunca mudaram. Entrou e saiu regime, mas nunca mudou. E pq ? Simples, pq a mudança tem q vir de dentro. Mas o povo brasileiro ainda não percebeu que os políticos não vieram de outro planeta. Não são uma parcela da população. Não !! São gente como nós. A maioria das pessoas que conheço estaria fazendo a mesma coisa se fosse inserida no sistema do jeitinho brazuca de Brasília. Essa é uma realidade.

O povo pede educação. Mas na hora de estudar pedem uma prova fácil, preferem colar do colega. Procuram o caminho menos pedregoso. Ora, se na hora do treino eu pego leve, qdo chegar o momento da batalha, como suportarei ?

O povo pede justiça. Mas na hora de pagar a multa de trânsito, o brasileiro sempre tem uma boa desculpa para fugir da lei.

O povo pede limpeza e moralidade. Ah, sim... na hora do expediente sempre arranja um jeito de acessar as redes sociais.

Esses pequenos delitos, são os que estao ao nosso alcance. Cada vez que subimos um novo degrau, tb sobem nossos anseios e nossas ganâncias. Mas se não houver um basta aqui em baixo, como esperar um lá em cima ??

"E como podes dizer a teu irmão: Permite-me remover o cisco do teu olho, quando há uma viga no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho de teu irmão."
(Jesus Cristo, 2000 anos atrás)

Quando eu vir meus colegas de faculdade dizendo:
.protestando por mais horas de aula
.criando grupos de estudo
.exigindo provas mais difíceis

Quando eu souber que um conhecido meu:
.assoprou o bafômetro com dignidade no coração;
.removeu o gato da luz ou da net;
.não pediu vantagem para que seu processo na justiça andasse mais rápido;

Quando eu ouvir que um pequeno grupo de políticos sugeriu abrir mão do salário;

Quando coisas assim acontecerem, vou acreditar que a sociedade está mudando.

Seja a mudança que você quer ver no mundo."
(Mahatma Gandhi)

Enquanto isso não acontece, não estarei em palanques dos hipócritas.
Vc vai me achar sozinho numa biblioteca ou até tarde estudando ou trabalhando.

Até que eu me convença do contrário...

quarta-feira, 15 de julho de 2015

A graça de Deus

João 1:17 Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.

É necessário entender que a Bíblia é toda verdade e que suas palavras são vida para todo aquele que crê. Tudo foi escrito por inspiração divina e não há nada contraditório ou inverídico. Toda confusão que se faz é fruto de nossa incapacidade de discernir as coisas espirituais, fruto da nossa predisposição ao pecado e por nossos conceitos doutrinários arraigados na tradição.

Marcos 7.6 Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7.7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. 7.8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. 7.9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.

O intuito dessa mensagem não é criar polêmica com nenhuma visão eclesiástica nem me colocar numa posição de crítico da fé alheia, pelo contrário, meu único interesse é compartilhar minha exegese bíblica da Graça de Deus. Estou totalmente convicto de que o entendimento correto desse conceito irá desembaçar a nossa visão espiritual e impulsionar a nossa fé a perceber que Deus é bom e Sua misericórdia dura para sempre.

Jesus não cabe na bíblia. Grandes equívocos são cometidos por querermos enquadrar o Senhor dentro de um livro. Pelo contrário, a leitura da bíblia deve ser feita com a consciência de quem Ele é, o que Ele fez e como Ele fez. É claro que o ponto de partida são as escrituras, mas elas nos ensinam acerca Dele. A convivência e a fé nos fazem morada de Deus. Jesus é o centro da interpretação bíblica.

Não podemos desassociar Deus da bíblia e muito menos a bíblia de Deus, mas Deus é infinitamente maior do que a bíblia. A bíblia é aquilo que podemos digerir de Deus, considerando nossa limitação cognitiva, mas sob o ponto de vista espiritual, Deus tem muito mais a nos acrescentar, e isso acontece naturalmente.

Desta forma, não é aceitável do ponto de vista da inspiração divina, que a bíblia contenha incoerências, inconsistências ou contradições, de modo que qualquer aparente divergência deve ser exaustivamente examinada olhando não apenas a letra, mas o espírito por detrás daquela passagem, analisando-se o cenário e as partes envolvidas.

Toda doutrina herética é originada por uma interpretação equivocada, com forte tendência às conclusões tiradas de um versículo apenas, mesmo em casos em que há toda uma convergência para uma direção contrária àquela defendida pela doutrina.

Tome-se, por exemplo, o tão "polêmico" assunto do divórcio. Mesmo com todo um contexto explícito na direção oposta à separação de casais (de Gênesis a Apocalipse), por causa de um versículo (popularmente conhecido como a cláusula do divórcio) pessimamente interpretado, foi criada toda uma ideologia favorável à dissolução do casamento, que extrapola, inclusive, a própria confirmação de Jesus.

Alia-se a isso, a extrema dificuldade humana de viver em liberdade, fruto de uma natureza de pecado, onde a luta interna promove o medo de ser livre e de não viver em santidade. Há também o legado de opressão e uma síndrome de culpa que fazem com que o indivíduo prefira viver debaixo da lei a receber o amor gratuito de Deus. A graça é impedida de ser recebida, pois internamente somos doutrinados a “revidar” as ações, sejam elas más ou não. Somos coagidos a devolver algo que nos foi dado, impedindo-nos de viver plenamente o perdão e a salvação em Jesus sem nos motivar a tentar dar algo em troca. Custa-nos acreditar que o amor é a motivação da Graça.

1João 4:7-8 diz: "Amados, amemo-nos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."

Se há algo que eu faça que não provenha de amor, de nada vale. Profecias, línguas e conhecimentos passarão, mas o amor nunca perece. Mesmo uma mãe pode se esquecer do filho que ainda mama no ventre, mas Deus nunca nos abandonará, porque Ele é pai e amor. E esse amor, sem necessidade nenhuma de assim fazê-lo, deliberadamente pela Sua abundante graça, criou todas as coisas e trouxe à existência tudo o que é. Eu, você, dinossauros, galáxias e elétrons, fomos criados pela graça do Deus, que não quis ser deus do nada, mas criou todas as coisas e nos inseriu nessa maravilhosa engenhosidade do universo.

Deus que criou a lei que Ele mesmo completou, por amor a nós e por Sua abundante graça.

Curiosamente, devido à confusão que se faz em torno da lei hebraica, nos esquecemos da lei do Verbo. Não percebemos que ao defender a lei, contraditoriamente, não conseguimos cumpri-la em sua totalidade e acabamos escolhendo um ou outro mandamento, os quais julgamos válidos ou necessários à manutenção do nosso tribunal imaginário. Por outro lado, descartamos vários outros, impossíveis de serem obedecidos, aos quais aplicamos a premissa da invalidade ou até mesmo conveniência.

Guardamos sábados esperando alcançar santidade, entregamos dízimos na expectativa de obter algo em troca, nos colocamos como fiscais do comportamento sexual humano, pelo simples fato de nos sentirmos protetores do nome de Deus, ou seguranças da imagem que projetamos do Pai.  Sentimos uma extrema necessidade de ter uma legislação como álibi para nosso comportamento exterior, mas internamente descartamos uma vida de santidade, a paixão pelo evangelismo e o amor pelas vidas.

Minha proposta é fazermos uma viagem por esse infinitesimal conhecimento que temos à disposição, que está longe de encerrar qualquer discurso a respeito do tema, pois isso seria impossível de se fazer nesse pequeno espaço de tempo que temos em vida. Ao mesmo tempo, nem precisaria que assim o fosse, pois é exatamente a medida de fé que precisamos para que haja crescimento e maturidade espirituais no sentido de recebermos sem medo de castigo o dom gratuito de Deus.

1João 4.18 No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. 19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.

Não vivemos debaixo da lei. A lei durou até Jesus. Hoje, vivemos pela Graça, se com Ele morrermos e com Ele tivermos o novo nascimento. Essa é a aliança que Deus fez com a humanidade através de Jesus.

Observe com atenção essas afirmações do Apóstolo Paulo.

Romanos 3:19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 3.20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. 3.21 Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; 3.22 justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, 3.23   pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 3.24   sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.

Romanos 8.1 Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 8.2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. 8.3 Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, 8.4 a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

Colossenses 2.13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; 2.14 tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;

Antes de Cristo, os parâmetros para obedecer ou não a uma lei eram meramente méritos e punições. Como podemos esperar que um sistema que exige, pune ou recompensa de acordo com o esforço ou merecimento de alguém possa ser bem sucedido? Isto pode parecer justo, todavia, todo o mérito e glória repousavam sobre o ser humano.

A lei foi um instrumento utilizado para mostrar ao homem o seu pecado e a sua necessidade de salvação.

Romanos 4.4 Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. 4.5 Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.

Romanos 5.13 Porque até ao regime da lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei.

Romanos 4.15 porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão.

Olhe para Abraão. Viveu muito antes de Moisés, portanto sem lei, mas foi justificado pela fé, sendo ainda incircunciso, tornando-se pai de todos. Quando voltava da guerra, entregou o dízimo de tudo para Melquisedeque. Este, por sua vez, era sacerdote anterior a Levi. Ora, nem o dízimo nem a ordem levítica sacerdotal haviam sido designados por Deus até então. Ambos viveram, pela fé, uma aliança anterior àquela que foi feita no deserto. A bíblia diz que o sacerdócio de Jesus é segundo a ordem de Melquisedeque. Esse sacerdócio é para sempre e dele se forma a nova aliança, superior à primeira, consumada na cruz pelo sacrifício eterno do Cordeiro perfeito, extinguindo para sempre todos os pecados.

Gálatas 3.15 Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa. 3.16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. 3.17 E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não a pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa. 3.18 Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuitamente a Abraão. 3.19 Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. 3.20 Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um. 3.21 É, porventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de lei. 3.22 Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa concedida aos que creem. 3.23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. 3.24 De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. 3.25 Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.

Romanos 3.28 Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.

"Quer dizer então que podemos matar, roubar, mentir e adulterar que está tudo certo, ou seja, Deus é amor e perdoa tudo!?"

Romanos 3.31 Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.

Primeiramente eu perguntaria: não foi exatamente isso que já nos aconteceu?

Em segundo lugar, se o indivíduo está com essa necessidade toda de pecar é porque nunca recebeu o Espírito de Deus no seu coração e não sabe o que é a Graça.

É claro que assassinos, roubadores, mentirosos e adúlteros (na concepção exata da palavra) jamais poderão herdar o Reino de Deus, porque nunca se arrependeram e são irremediáveis em suas condutas, mas o pecado, que atinge a todos, não tem domínio sobre aquele que está debaixo da Graça, ou seja, é um acidente de percurso, embaraçoso, repulsivo e rapidamente confessado. Não por medo de perder a bênção ou salvação, mas por constrangimento de ter errado o alvo e por amor a tamanha dádiva recebida. Nem tampouco porque isso é agradável aos olhos de Deus, uma vez que não há nada oculto para o Pai, pelo contrário, todas as coisas estão nuas diante Dele e é impossível surpreendê-Lo com algo errado ou certo. Mas o amor de Deus nos impulsiona, através da fé, a nos aperfeiçoarmos naquilo em que somos fracos, por dependência e amor.

Romanos 6.14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça. 6.15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum!

A lei só tem autoridade sobre alguém enquanto ele vive. Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento. De igual forma, nós morremos para a lei, por meio do sacrifício de Jesus e agora pertencemos a Ele. (7:1-4)

A fé suspende as obras como causa, e as faz tornarem-se apenas o mero e natural efeito de se crer.

Romanos 5.20 Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.

Cumprimos apenas leis morais, que independente de religião e cultura, são instintivamente plausíveis de serem satisfeitas, mas que não têm nenhum bônus de salvação ou ônus de punição, pois já ressuscitou o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Romanos 7.5 Porque, quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte. 7.6 Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.

A lei veio trazer para o homem a consciência de que ele é falho em viver em comunidade. Não haveria necessidade de lei numa sociedade perfeita, mas Jesus nos ensina a viver acima desse padrão, onde os nossos valores não precisam se observados sob a luz da lei. A Graça é o favor de Deus para o homem. É a indicação de que as falhas humanas são tão grandes e tão irremediáveis, que só a morte de Jesus poderia aplacar tamanho abismo entre Deus e a criação. Não houve milagre que Deus pudesse fazer para tirar o homem da morte, a não ser a própria morte de Cristo.

Romanos 10.4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.

O cumprimento da lei deve ser por consciência, não por temor da punição.

Romanos 13:5 Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.

Romanos 8.33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.

A graça é um dom gratuito e razão de ser a salvação, motivada exclusivamente pelo amor de Deus. Jesus resumiu toda a lei num só cumprimento.

Romanos 13.10 O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.

Efésios 2.14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 2.15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois [judeus e gentios] criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz.

Gálatas 3.10 Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. 3.11 E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. 3.12 Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. 3.13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro ). 3.14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.

Pela lei, impossível de ser cumprida em sua totalidade, nos transformamos em legalistas e julgadores, incapazes de correção, adeptos de ritos e liturgias mecanizadas. Mesmo cientes de que sem amor de nada adianta, insistimos na sua ineficácia.  

1Timóteo 1.8 Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, 1.9 tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, 1.10 impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, 1.11  segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado.

II Coríntios 3.13 E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. 3.14 Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. 3.15 Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. 3.16 Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado. 3.17 Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

Hebreus 7.12 Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei. 7.13 Porque aquele de quem são ditas estas coisas pertence a outra tribo, da qual ninguém prestou serviço ao altar; 7.14 pois é evidente que nosso Senhor procedeu de Judá, tribo à qual Moisés nunca atribuiu sacerdotes. 7.15 E isto é ainda muito mais evidente, quando, à semelhança de Melquisedeque, se levanta outro sacerdote, 7.16 constituído não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel. 7.17 Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. 7.18 Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade 7.19 (pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus.

Hebreus 7.22 Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior.

Hebreus 8.6 Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas. 8.7 Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda. 8.8 E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, 8.9 não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor. 8.10 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 8.11 E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior. 8.12 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei. 8.13 Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.

Hebreus 9.6 Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; 9.7 mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo, 9.8 querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erguido. 9.9 É isto uma parábola para a época presente; e, segundo esta, se oferecem tanto dons como sacrifícios, embora estes, no tocante à consciência, sejam ineficazes para aperfeiçoar aquele que presta culto, 9.10 os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma. 9.11 Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, 9.12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. 9.13 Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, 9.14 muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! 9.15 Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. 9.16 Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; 9.17 pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador. 9.18 Pelo que nem a primeira aliança foi sancionada sem sangue;

Hebreus 10.1 Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem. 10.2 Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados?

Hebreus 10.8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei), 10.9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. 10.10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

Hebreus 10.16 Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, 10.17 acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.

Jesus disse: “[Tetelestai] Está consumado!”. Ele completou a lei.